A Origem da Água na Terra
No dia 22 de Abril é comemorado o Dia da Terra, mas você sabe como a água surgiu no planeta Terra?
Duas Hipóteses são admitidas para explicar a presença de água na Terra.
A primeira baseia-se no aprisionamento, pelo planeta, de um grande número de cometas que são formados principalmente de gelo. Tais cometas tiveram sua origem fora do sistema solar, a partir de nuvens interestelares de poeira e partículas de água no estado sólido. Grande número deles teria sido atraído para dentro do nosso sistema planetário, graças, essencialmente a força gravitacional dos planetas de grande massa, como Júpiter e Saturno. Daí a orbita alongada que os caracteriza ainda hoje e que os faz passear por entre os planetas desde os mais distantes até as proximidades do sol, retornado em seguida para os confins do Sistema Solar.
De quando em quando alguns deles passam muito próximo de um planeta, desestabilizando sua trajetória e vindo a chocar-se com sua superfície, em consequência de sua influência gravitacional. Isso teria originado , em épocas mais primitivas do Sistema Solar em formação, um verdadeiro bombardeio dos planetas com núcleos de gelo dos cometas. Esse bombardeio teria coincidido com um certo grau de arrefecimento, já permitido que a água neles contida não mais se desintegrasse, permanecendo então prisioneira. Foi o que provavelmente ocorreu na Terra.
A outra hipótese liga-se à própria formação do nosso planeta. De acordo com as teorias modernas, a terra, assim como os demais planetas e satélites, se formou a partir de uma massa de poeira cósmica que constituía uma espécie de anel em torno do sol, o qual teria sido um dos primeiros núcleos de condensação dessa matéria cósmica. Nesse disco de poeira, as partículas de matéria, chocando-se umas com as outras, começaram a formar corpúsculos maiores, com num processo de coagulação, a que os astrônomos deram o nome de acreção. Os aglomerados que atingiram um tamanho grande passaram a atrair, por força de sua massa gravitacional, um número cada vez maior de partículas, que cresceram rapidamente, constituindo os planetesimais.
Finalmente, do choque entre inúmeros planetesimais resultaram corpos de imenso volume, os planetas primitivos, que continuaram a receber o bombardeio de corpos de todos os tamanhos. Isso é testemunhado pelas crateras espalhadas pela superfície de planetas, como Marte e Mercúrio, e dos satélites, como a Lua. Certamente a Terra sofreu o mesmo processo, porém esses vestígios foram “apagados” pelas águas abundantes, com sua força erosiva e uniformizadora da superfície.
Grande parte desses grãos que constituíam a poeira primitiva era formada de silicatos e outros minerais hidratados, isto é, aqueles nos quais a molécula de H2O participa da formula química.
Esses corpos, durante ou após o processo de acreção, liberaram sua moléculas de água sob forma de vapor, na superfície do planeta, seja no momento do impacto de novos corpos, ou depois , através da atividade vulcânica.
Nesse período de bombardeio intenso, a temperatura da terra tornou-se muito elevada, em consequência da própria energia liberada nos impactos. Posteriormente, porém, sua superfície foi passando por um resfriamento progressivo, permitindo a condensação do vapor na forma líquida. Planetas próximos do Sol tende a evaporar água e, sendo pequenos, como Mercúrio, Marte ou a Lua, não possuem gravidade suficiente para reter esse gás. Assim, foi uma feliz relação entre sua massa e a distância do Sol que permitiu ao nosso planeta conservar toda água que dispõe.
Referência Bibliográfica: BRANCO, SAMUEL MURGEL. Água Origem, Uso e Preservação. São Paulo: Moderna, 1993, Coleção Polêmica.